Cuidados necessários para um bordado de qualidade com produtividade
O conjunto das peças bobina + caixa de bobina + lançadeira são os responsáveis por 80% da qualidade final de um bordado.
Verificação da qualidade da bobina, deformação e danos
A bobina sempre deve atender às recomendações do fabricante do equipamento.
A primeira verificação na qualidade da bobina é a de localizar marcas no topo das paredes causadas pela batida da ponta de agulha ou por queda no chão.
Também se verifica, se a bobina em algum momento recebeu uma carga de linha com pressão excessiva da tensão no aparelho “Enchedor de Bobinas”.
Toda bobina tem as suas paredes levemente inclinadas para dentro. Isto é proposital para compensar a pressão que a linha causará no momento em que preencher a bobina. Esta verificação é realizada, sobrepondo duas bobinas vazias e observando-se se existe um distanciamento nas extremidades das paredes entre uma bobina e outra.
Carga do fio na bobina
O correto preenchimento da bobina garante a não deformação da bobina e consequentemente a correta conservação e também uma maior carga de fio, aumentando o tempo de trabalho em máquina por carga de fio.
O fio para bobina não pode ser elástico. O indicado é fio de polyester da marca Madeira® Burmilon 150 (Nm) ou 200 (Nm), liso, sem pelos e com torção Z. A carga correta de linha na bobina deve ser de aproximadamente de 80% a 90% da capacidade máxima.
Outra opção muito boa para as empresas que não querem se preocupar com a questão dos cuidados e necessidades da bobina é a utilização da bobina descartável Royal da marca Madeira®.
Caixa de bobina
Freio dinâmico
Esta peça tem uma grande importância na estabilidade da tensão do fio da bobina durante o trabalho, evitando que a bobina gire mais que o necessário, afrouxando o fio e assim resultando no aparecimento no lado do direito do bordado.
Conservação geral
Além de manter limpa esta peça, o cuidado mais básico é a de não deixar cair no chão. Se ocorrer este tipo de acidente, a possibilidade de haver uma deformação nas paredes da caixa é muito grande, provocando a sua inutilização.
Para se certificar de que existe o dano na caixa de bobina, coloque uma bobina dentro da caixa de bobina e realize o movimento conforme a figura. O correto é que se perceba uma folga em todos os sentidos do movimento.
A posição correta de colocação da bobina dentro da caixa de bobina é de que ao ser puxado o fio da bobina, esta gire no sentido horário.
Mola de tensão
Este componente da caixa de bobina talvez seja o mais importante neste conjunto, já que é dele a função de estabilizar a tensão de saída do fio inferior. Seu manuseio deve ser realizado por pessoas habilitadas e com ferramenta adequada aos parafusos que fixam este componente.
Lançadeira
Esta peça é de extrema importância no bom andamento do trabalho e responsável pela construção de cada laçada dos pontos. Sua conservação se resume basicamente em se manter limpa e lubrificada.
Quando houver uma quebra de agulha é sempre recomendado que o operador busque reunir todos os pedaços da agulha que quebrou. Isto porque pode ter transfixado no bordado alguma sobra de agulha e ou pode também ter caído dentro da lançadeira um resíduo da agulha e este resíduo pode danificar seriamente a lançadeira.
Se o operador da máquina não conseguir reunir as partes da agulha quebrada, em primeiro lugar comunicar ao seu superior o fato ocorrido, substituir a agulha e ao reiniciar o trabalho, acompanhar por um período ao lado do cabeçote onde o problema ocorreu, para ouvir se o ruído característico da máquina de bordar mudou ou até mesmo se o conjunto da lançadeira esta aquecendo fora do normal.
Chapa de Agulha
Esta peça na máquina de bordar também tem a sua relativa importância na qualidade do bordado. Cada modelo de máquina de bordar tem o modelo certo da chapa de agulha, mas no geral o que se mantem sempre igual é o diâmetro do furo da chapa de agulha que é 2 mm. Este furo não pode ser maior do que esta medida porque colabora para uma má definição do ponto e pode favorecer o “embuchamento” do ponto.
Sua conservação está na verificação de possível dano na borda do furo da chapa após uma quebra de agulha e o alinhamento do furo da chapa com a entrada da agulha, quando da remoção da chapa para limpeza do sistema de corte do fio.
Alguma dúvida? Ficaríamos felizes em aconselhá-lo.
Texto produzido pelo técnico em bordado Pedro Ricardo Coppo.
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