Como escolher a correia ideal para seu acionamento?

28 de maio de 2020

Muitos projetistas se deparam com um problema no momento de determinar a melhor correia para sua transmissão.

Como este tema é extenso, o mesmo será tratado ao longo de alguns posts, separando passo a passo para a tomada de decisão correta.

Primeiramente o que deve ser analisado é a aplicação da peça, pois esta determinará o uso de uma correia do tipo V ou sincronizadora. Para facilitar este momento de escolha devem ser analisados três pontos: o tipo de aplicação, a temperatura de trabalho e as condições de operação.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Tipo de aplicação

O tipo de aplicação irá determinar se o acionamento necessita de sincronismo ou não. Um ótimo exemplo são as máquinas utilizadas no processo de britagem, onde são utilizadas correias em V, pois o acúmulo de material despejado na máquina pode travar o sistema ou causar grandes oscilações de rotação e, nestas condições, as correias precisam escorregar para evitar sua ruptura, caso contrário poderia causar danos à operação, máquina e componentes. Agora, na aplicação de caixas eletrônicos, onde correias sincronizadoras são utilizadas para realizar a contagem do dinheiro no momento de um saque, não pode haver qualquer alteração de velocidade e a precisão precisa ser absoluta, garantindo o funcionamento correto e evitando valores divergentes aos usuários das máquinas.

 

Temperatura

A temperatura de trabalho irá definir o tipo de composto de borracha ou poliuretano que será utilizado na construção da peça. Existem compostos de borracha mais comuns em correias industriais, como o SBR (Butadieno Estireno) e o CR (Policloropreno), que possuem baixa resistência ao óleo e suportam picos de temperatura de até 100°C. Para temperaturas mais altas, chegando a picos de 130°C são mais utilizados compostos como o EPDM (Etileno Propileno Dieno), mas é uma mistura que necessita ficar isolada de contato com óleo, além do HNBR (Acrilonitrino Butadieno Hidrogenado), também conhecido como borracha nitrílica, possui a característica de trabalhar em altas temperaturas e possui boa resistência ao contato com o óleo. Por fim, é muito utilizado o PU (Poliuretano), um plástico com temperatura de trabalho de 80°C, mas com excelente resistência química à diversos abrasivos.

 

Condições de operações

O último fator a levar em consideração nesta primeira parte de seleção de correias são suas condições de trabalho, como velocidade contínua, ambientes abrasivos e possibilidades de cargas de choque. Em situações de velocidade constante ambas as correias V e sincronizadoras podem ser aplicadas, sempre respeitando velocidades periféricas que serão abordadas nos próximos artigos. No entanto, quando há uma aplicação que a constante carga de choque é conhecida, deve-se aplicar uma correia em V, podendo, nestes momentos, ser absorvidas sem maiores complicações, já que podem ser envelopadas em jaquetas de Nylon para o fim de escorregar sem comprometer seu interior. Caso sejam aplicadas correias sincronizadoras nestas aplicações, as mesmas poderiam sofrer contínuas rupturas, elevando a manutenção e tempo de máquina parada, além de, em casos de superdimensionamento das peças, a correia não se romper e comprometer uma série de componentes, tornando a parada da máquina ainda mais custosa.

 

 

Portanto, ao se falar de aplicação, estes são os fatores mais importantes no momento de escolher a correia, mas este é apenas um passo do processo. Continuamos nas próximas semanas!

 

Alguma dúvida? Ficaríamos felizes em aconselhá-lo.

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